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Ter vinte e poucos anos é divertido, mas só quando acaba é que você percebe que ainda não estava mesmo pronto pra ser adulto.

Thursday, May 27, 2004

Olha, não tá pronto ainda, mas se quiser começar a ler, vai ficar mais ou menos assim...

O próximo passo. O último passo, o que importa? Eu sabia que não sairia daquele boteco do mesmo jeito que entrara. Nem sabia se sairia. Eu cheguei até a porta com medo, mas pendurei-o do lado de fora e entrei, como quem não tem mesmo mais nada a perder. Eu não tinha.

Ele iria me matar. Estava escrito e ele queria. Deus, quase que eu queria àquelas alturas. Depois de fugir por tudo o que pude, percebi que não podia mais: ou o enfrentava naquele momento ou fugia pra sempre e seria como deixar de ser eu e morrer.

Dei aquele passo. Adentrei o ambiente abafado, que cheirava a cigarro e suor, trazendo comigo um resto de noite fria que morreu antes da porta ser fechada. Ele estava sentado exatamente onde eu o deixara quando ele me disse que me mataria. É claro que estava! Sem mim, não poderia sair andando por aí, como se tivesse pernas!

E era apenas um pedaço de papel. O resultado do exame: minha sentença de morte.
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