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Ter vinte e poucos anos é divertido, mas só quando acaba é que você percebe que ainda não estava mesmo pronto pra ser adulto.

Monday, September 27, 2004

Hoje cedo o Gu me contou um sonho que teve em que um menino de seis anos andava atrás dele pra todo lado, chamando-o de "mulherzinha". Fiquei muito pensando em como a gente carrega um menininho de seis anos dentro de nós que fica o tempo todo nos chamando de mulherzinha.

Um menino que um dia ouviu isso e acha que pode nos julgar: nós mesmos nos julgando pela ótica do menino de seis anos que ainda vive em nosso peito e questiona nossa virilidade, baseado numa fantasia que tem sobre a virilidade que quer conquistar e que acha que pode levá-lo ao mundo de seu pai, do qual nasceu separado e no qual tem dificuldades para se inserir. Fantasias baseadas em fantasias e que têm alguma força em nossa psiquê.

Por que as vozes das crianças soam tão alto? Por que as coisas que pareciam reais numa época em que não se tinha noção de realidade ainda podem parecer tão fortes? Acho que tem a ver exatamente com isso: não havia noção de que o que se pensava podia estar errado e tudo parecia mais certo e absoluto. Não?


Comments:
Coisas que parecem reais numa realidade que nem é real. Em busca de noção entre tantas verdades, a criança procura aquela que lhe parece mais contundente: a "verdade" dos pais, ou do macho predominante, que é a verdade que mais fere, por excluir, por reduzir. Por ser a mais brutal, é a mais contundente, a que dá mais identidade e aceitação nesta "realidade".
Acho que é isso, pelo menos.
Carol
 
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