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Ter vinte e poucos anos é divertido, mas só quando acaba é que você percebe que ainda não estava mesmo pronto pra ser adulto.
Thursday, November 11, 2004
E então, finalmente, ele enxergou o escudo que sempre mantivera ao seu redor. Era espantoso como tudo era diferente do que sempre vira, como o escudo distorcia o que podia ver do mundo. O que será que o mundo via dele? O mundo sempre o vira, ou vira somente o escudo? (o escudo não era invisível, ele tinha certeza, mas provavelmente não parecia ser um escudo)...
Ele quase se lembrava (sempre quase, sempre): todo o sofrimento que não queria sentir ficava no escudo (suas fantasias de felicidade estavam projetadas do lado de dentro do escudo?), toda a solidão ficava no escudo (os amigos que não tinha estavam no escudo?), toda a vergonha do que imaginava ser passava no escudo (do lado de fora, que imagem o escudo projetava? Quem seria ele visto por todos os outros?)
E no momento seguinte, tudo voltou a ser como sempre foi. O que aconteceu? Existia mesmo um escudo? Existia uma camada de proteção ao seu redor que o impedia de ver? (de ser visto?) Mas o escudo já estava ligado e ele não mais podia vê-lo. Como sempre.
Ele quase se lembrava (sempre quase, sempre): todo o sofrimento que não queria sentir ficava no escudo (suas fantasias de felicidade estavam projetadas do lado de dentro do escudo?), toda a solidão ficava no escudo (os amigos que não tinha estavam no escudo?), toda a vergonha do que imaginava ser passava no escudo (do lado de fora, que imagem o escudo projetava? Quem seria ele visto por todos os outros?)
E no momento seguinte, tudo voltou a ser como sempre foi. O que aconteceu? Existia mesmo um escudo? Existia uma camada de proteção ao seu redor que o impedia de ver? (de ser visto?) Mas o escudo já estava ligado e ele não mais podia vê-lo. Como sempre.
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